domingo, outubro 28, 2001

Muitos escritores acreditam que uma folha de papel em branco é seu desafio para escrever.
Eu vejo uma tela como o derradeiro desafio. Porque ela pode estar em branco sem ser branca, ela está e não está ali à sua frente. E porque seus registros facilmente se perdem. O que está gravado de forma indelével no papel, permanece até que se queime ou se jogue fora esse papel.
Na tela, tudo é transitório. O espaço, o desejo de escrever, a inspiração.
Meu desafio, posto que não sou nem escritor e nem esta é uma folha de papel, é superar a transitoriedade do que me move e do que se oferece para receber meus pensamentos e simplesmente escrever. Porque preciso, porque quero, porque posso, porque não posso às vezes e porque tenho essa saudade imensa do que não vivi ou não conheci. Minha nostalgia é a nostalgia dos escritores: desejo de volta aquilo que eu mesmo emprestei às minhas lembranças.
Pretensão? Com certeza. Justificada? Não e nem deveria. Afinal, o espaço está aqui, em algum lugar. Escrever ou ler é uma decisão que cabe a cada um. Não a mim.
Seja bem-vindo, seja quem for.

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