sábado, novembro 24, 2001

OFEGANTE

Ela chegou de repente e me pegou no meio de um suspiro.
Chegou silenciosa e encostou seus lábios na minha nuca, suas mãos nas minhas costas e sussurrou de leve no meu ouvido.
Eu, que perdi a respiração, tive receio de olhar.
Me virei e senti o perfume quente de seu sorriso, o calor úmido de sua respiração um pouco ofegante e o brilho azul que emanava de seus olhos.
Difícil dizer o que tive vontade de dizer e "oi" pareceu o mais lógico.
Não tive tempo de prestar atenção na resposta. O decote oferecido chamou-me a atenção e eu voltei ao devaneio.
Ato reflexo, fitei suas pernas e pés. Vi a sandália de tiras delgadas que envolviam dedos delicados, com unhas pintadas de rosa bem clarinho.
Tive vontade de ajoelhar e venerá-la como se fosse uma deusa hindu. Quase não consegui me conter diante da pequena pulseira que lambia seu macio tornozelo.
Subi os olhos rapidamente e pude ver os pelinhos loiros que pendiam de suas pernas grossas e douradas.
Voltei rapidamente aos seios com querendo ignorar a vista 2 palmos abaixo.
Ela estava me chamando à realidade de novo e pedia um beijo com a voz mais pidona do mundo.
Beijei quase sem tocá-la, tamanho era o meu desejo naquele instante.
Senti suas mãos chegarem no meu peito e, ato contínuo, atravessarem minhas costas. Senti seu bouquet ao lamber-lhe o pescoço. Cheirei, como um cão perdigueiro, cada milímetro de seu pescoços e perderia dias para observar sua vida e seus planos.
Mas delizei a mão um pouco mais para cima e senti os seios fartos esperando um toque.
(Não lembro de quem é...)

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